Toda pessoa apaixonada por tear, principalmente os que estão iniciando nesta arte, têm perguntas sobre tipos de acabamentos na Tecelagem Manual. Como recebi muitas perguntas sobre este tema, resolvi falar um pouquinho sobre os tipos de acabamentos mais usados na Tecelagem Manual.
E como a maioria das perguntas envolvia “franjas”, vamos começar por este tipo de acabamento para as peças criadas em tear de pedal, de pente liço ou qualquer outro.
O tipo mais comum de franja ainda é aquele que prende um chumaço de fios do urdume em um nó, bem rente ao início do trabalho de tecelagem. Veja as fotos abaixo. Esta são fotos de cachecol tecido aqui no Atelier Isatramas.
Os nós das fotos acima são realizados conforme mostra o gráfico abaixo (foto de gráfico foi retirada do Pinterest):
Uma simples busca no Pinterest vai apresentar imagens de lindas e variadas franjas. Mas nem sempre é fácil deduzir como elas são feitas.
Antes de tratarmos das franjas propriamente, é preciso lembrar que a escolha dos fios para o urdume, que consequentemente servirão de franja nos acabamentos, é muito importante.
Os fios que desfiam ou se destorcem fácil, não são recomendados para franjas. Entre eles está o barbante, comumente utilizado como urdume na tecelagem de tapetes.
Antes de iniciar sua tecelagem é preciso pensar (e muito bem pensado) no material a ser utilizado. Na escolha do material, você deve considerar:
- o tamanho da peça;
- a finalidade desta peça;
- como os fios vão se comportar durante os processos de lavagem – uso – lavagem.
Em outras palavras, é imprescindível pensar na durabilidade da peça tecida. E este “pensar” inicia na escolha do material.
Quando o material é de qualidade, produzimos peças lindas e duráveis. E isso é muito importante.
Com a experiência, aprendemos a fazer melhores escolhas, quando se trata do material que vamos utilizar.
Não se preocupe! Você também vai, com o tempo e a experiência, fazer escolhas mais acertadas.
Uma prática que você precisa desenvolver é a da confecção de amostras. Fazer amostras antes de iniciar um projeto é tão importante quanto a qualidade do material.
Faça amostras sempre! Com elas, monte um diário, um catálogo…. Monte um arquivo que você possa consultar sempre. Isso vai te poupar muita dor de cabeça e dinheiro. Acredite! Eu sei do que estou falando.
No processo de confeccionar amostras, anote tudo. Anote tudo mesmo.
Sempre que você for iniciar um trabalho que deseje arrematar com franjas, teste os fios que pretende usar no urdume. Um bom teste é pegar uns 5 fios de aproximadamente 30 cm e lavá-los com sabão e água quente.
Esfregue estes fios na mão e também na esfregadeira do tanque. Enxágue e observe as extremidades. Isso vai dar a você uma boa ideia de como este material vai se comportar quando usado para franjas.
Independentemente dos testes, é preciso lembrar que, eventualmente todo e qualquer fio de franja vai se deteriorar com o passar do tempo. Uma forma de preservar as franjas é lavar a peça à mão. Coisa que se torna inviável dependendo do tamanho da peça.
Mas se mesmo lavando à mão, os fios se mostrarem desfiados nas extremidades, você pode cortar as pontinhas e voltar a ter uma franja com cara de nova. Mas isso vai deixando a franja cada vez mais curta… Cuidado!
Calma! Não se desespere…
Se você, assim como eu, também é uma pessoa apaixonada por franjas, existem alguns truques que podem adiar o desgaste dos fios e manter a peça com aparência de nova por mais tempo.
Tipos de acabamentos na Tecelagem Manual: Tipos de franjas
1 – Se o fio que você escolheu é do tipo que distorce você pode trabalhar uma parte da franja em macramê.
2 – Também é possível fazer uma franja em X, atando os chumaços de fios com nós desencontrados. Veja o esquema abaixo: (Foto do Pinterest)
3 – Outra opção é a amarração como a da foto abaixo. Este tipo de amarração é muito bom tanto para urdumes com fios finos, como para os com fios mais grossos. Repare nos resultados: (Fotos do Pinterest.).
Qualquer que seja sua escolha de acabamento, ou mesmo qualquer que seja a escolha do fio do urdume, um truque infalível para conservar a integridade das franjas, é fazer um nozinho na ponta de cada fio.
É… Eu sei que pode ser trabalhoso dependendo do tamanho da peça, mas vale à pena investir algum tempo caprichando no acabamento. Principalmente se isto for garantia de durabilidade do seu trabalho em tecelagem manual.
Outros tipos de franjas para acabamentos na Tecelagem Manual
Os tipos de franjas apresentados aqui não são os únicos meios para acabamento em tecelagem manual. Existem muitos outros. Veja algumas possibilidades: (Fotos do Pinterest.)
E quem não gosta de franjas? Como faz?
Simples! Faz acabamento dobrando as extremidades do trabalho e costurando esta dobra para formar uma bainha.
Para isso, retire a peça do tear e dê dois nós em cada 2 ou 4 fios do urdume. Corte os excessos de fios a 1,5 cm destes nós. Dobre duas vezes (uma bainha de 2,5 cm mais ou menos) e costure à mão.
Este tipo de acabamento fica muito bom em tapetes de malha ou tiras de tecido.
Aqueles tapetes para pias de cozinha ou para box de banheiro. Por serem peças que são muito lavadas, as franjas sofrem um desgaste rápido. Este tipo de tapete geralmente tem barbante compondo o urdume. Eu particularmente, uso muito destes tapetes e costumo virar a bainha para cima, para o lado direito porque ficam grossas. (Foto Pinterest).
Veja o passo a passo de como fazer este tipo acabamento em bainha, neste vídeo que encontrei na Web.
Tipos de acabamentos na Tecelagem Manual: Viés
Outra forma de obter acabamento sem franja é a aplicação de um viés, que pode ser em torno da peça toda, ou apenas nas extremidades que ganhariam franja como arremate.
Quando eu fiz o cobertor de lã de carneiro para minha mãe, usei acabamento com viés largo e contornei a peça toda.
Cobertor em lã de carneiro; fios torcidos em roca manual. Produto Isatramas(O cobertor das fotos é em lã de carneiro; com fios torcidos em roca manual. Produto Isatramas.).
Embora estes não sejam os únicos tipos de acabamentos na Tecelagem Manual, já dá para você ter uma boa ideia de como é possível variar na hora de pensar em como arrematar suas peças.
Apaixonante, não é mesmo?
Nunca se esqueça: o acabamento pode valorizar ou “destruir” sua peça artesanal. Não descuide dele!
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